O Meu País
Declama: João de Almeida Neto
Um país que crianças elimina
E não ouve o clamor dos esquecidos.
Onde nunca os humildes são ouvidos
E uma elite sem Deus é que domina.
Que permite um estupro em cada esquina
E a certeza da dúvida infeliz...
Onde quem tem razão baixa a cerviz
E maltratam o negro e a mulher,
Pode ser o país de quem quiser
Mas não é, com certeza, o meu país!
Um país que crianças elimina
E não ouve o clamor dos esquecidos.
Onde nunca os humildes são ouvidos
E uma elite sem Deus é que domina.
Que permite um estupro em cada esquina
E a certeza da dúvida infeliz...
Onde quem tem razão baixa a cerviz
E maltratam o negro e a mulher,
Pode ser o país de quem quiser
Mas não é, com certeza, o meu país!
Um país onde as leis são descartáveis
Por ausência de códigos corretos.
Com noventa milhões de analfabetos
E multidão maior de miseráveis.
Um país onde os homens confiáveis
Por ausência de códigos corretos.
Com noventa milhões de analfabetos
E multidão maior de miseráveis.
Um país onde os homens confiáveis
Não têm voz, não têm vez, nem diretriz.
Mas corruptos têm voz, têm vez, têm bis
E o respaldo de um estímulo incomum,
Pode ser o país de qualquer um
Mas não é, com certeza, o meu país!
Mas corruptos têm voz, têm vez, têm bis
E o respaldo de um estímulo incomum,
Pode ser o país de qualquer um
Mas não é, com certeza, o meu país!
Um país que os seus índios discrimina
E a Ciência e a Arte não respeita.
Um país que ainda morre de maleita,
E a Ciência e a Arte não respeita.
Um país que ainda morre de maleita,
Por atraso geral da Medicina.
Um país onde a Escola não ensina
E o Hospital não dispõe de Raios X
Onde o povo da vila só é feliz
Quando tem água de chuva e luz de sol,
Pode ser o país do futebol
Mas não é, com certeza, o meu país!
Um país onde a Escola não ensina
E o Hospital não dispõe de Raios X
Onde o povo da vila só é feliz
Quando tem água de chuva e luz de sol,
Pode ser o país do futebol
Mas não é, com certeza, o meu país!
Um país que é doente, não se cura,
Quer ficar sempre no terceiro mundo.
Quer ficar sempre no terceiro mundo.
Que do poço fatal chegou ao fundo
Sem saber emergir da noite escura.
Um país que perdeu a compostura,
Atendendo a políticos sutis
Que dividem o Brasil em mil brasis
Para melhor assaltar, de ponta a ponta,
Pode ser um país de faz de conta
Mas não é, com certeza, o meu país!
Sem saber emergir da noite escura.
Um país que perdeu a compostura,
Atendendo a políticos sutis
Que dividem o Brasil em mil brasis
Para melhor assaltar, de ponta a ponta,
Pode ser um país de faz de conta
Mas não é, com certeza, o meu país!
Um país que perdeu a identidade,
Sepultou o idioma Português,
Aprendeu a falar pornô e Inglês
Aderindo à global vulgaridade.
Um país que não tem capacidade
De saber o que pensa e o que diz
E não sabe curar a cicatriz
Desse povo tão bom que vive mal,
Pode ser o país do carnaval,
Mas não é, com certeza, o meu país!
Sepultou o idioma Português,
Aprendeu a falar pornô e Inglês
Aderindo à global vulgaridade.
Um país que não tem capacidade
De saber o que pensa e o que diz
E não sabe curar a cicatriz
Desse povo tão bom que vive mal,
Pode ser o país do carnaval,
Mas não é, com certeza, o meu país!
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Declamado no vídeo por João de Almeida Neto.
Poesia de Livardo Alves, Orlando Tejo e Gilvan Alves, paraibanos e pernambucano, e teve gravação musical de Zé Ramalho.
Poesia de Livardo Alves, Orlando Tejo e Gilvan Alves, paraibanos e pernambucano, e teve gravação musical de Zé Ramalho.