ENTREVISTANDO NOSSOS ACADÊMICOS - Carlos Eduardo Lima Passos da Silva





1. Quem é o entrevistado analisado sob sua própria ótica?

Sou uma pessoa modesta, cônscia de minhas limitações intelectuais, aberta ao diálogo e às interações com pessoas que possuem os   mesmos dotes e interesses que tem a ambição de crescer no plano "espiritual" e ofertar aos semelhantes algo valioso.


2. Quando começou a escrever e como define sua preferência literária para criar?

Tenho contato com a escrita literária desde menino. Lembro-me quando possuía onze anos de idade, que papai, abrindo uma gaveta, encontrou uma "poesia" inserta num pequeno caderno de anotações. De logo foi tomado de entusiasmo, passando a propagar o feito.
Depois disso não mais parei de escrever, embora nunca tenha publicado os meus textos juvenis.

3. Seus textos são produzidos com facilidade ou demora algum tempo, reescrevendo-os?

A criação literária vem com certa facilidade, ancorada nos critérios da EMOÇÃO e da REFLEXÃO. Por isso mesmo, a urdidura dos textos nunca é aprisionada em regras certas, canônicas e determinadas. É claro que às vezes, o texto sofre alguns reparos, o que é raro acontecer poruqe tais ajustes desnaturam a emoção vivida, salvo, é óbvio, àqueles de ordem gramatical.

4. Qual o processo de criação dos seus textos? De onde vem a inspiração?

Os meus textos são criados com certa facilidade a partir da observação e do sentimento, posteriormente submetidos ao compasso da RAZÃO, se necessário.

5. Qual a obra predileta de sua autoria? Lembra de algum trecho?

Gosto muito de Camões, o gênio português, quando em OS LUSÍADAS escreve: " Que da ocidental praia lusitana, por mares nunca dantes navegados, muito além da Trapobana...", do velho Machado, especialmente em QUINCAS BORBA, de Euclides da Cunha em OS SERTÕES, de Castro Alves em ESPUMAS FLUTUANTES, de Vinícius de Moraes, José Saramago, Isabel Allende, Mário Vargas Lhosa, João Ubaldo Ribeiro e dos escritores regionais Adonias Filho, Cyro de Mattos, Jorge Amado, Florisvaldo Mattos, Aleilton Fonseca, Hélio Pólvora, Antônio Lopes, Firmino Rocha e outros.

6. Sem preocupações cronológicas e de estilo literário, quais os seus autores favoritos?

Sem obscurecer os demais, verbi gratia citados acima: Jorge Amado, Adonias Filho, Saramago e Vargas Lhosa.

7. Cite um autor que influenciou ou mudou sua forma de ver o mundo.

Vinícius de Moraes

8. Há quem diga que os poetas são loucos e sonhadores. Qual é a sua opinião pessoal?

Todo poeta é prisioneiro da ilusão. Se essa miragem for colocada claramente, sem rodeios e enfeites, ao leitor, via o manancial do sentimento e aperfeiçoamento moral, pode-se chamar a poesia de "loucura divina", lidimamente "imortal".

9.Tem obras publicadas ou só publica em blogs, jornais e revistas?

Minhas obras se resumem a algumas centenas de artigos jurídicos, crônicas e poesias publicados em jornais de Itabuna e Salvador.

10. Encontra dificuldade para publicar e divulgar seus trabalhos?

Felizmente, não.

11. Qual a sua opinião sobre a publicação digital (e-book), hoje tão atual?

Creio ser uma ferramenta útil e valiosa que num futuro bem próximo substitituirá o livro impresso.

12. A internet fez surgir mais escritores. Houve realmente a democratização da literatura?

Sim, mas nunca será ferramenta de identificação dos melhores escritores, exatamente pela facilidade de qualquer pessoa divulgar seus textos na internet e por isso, considerar-se escritor.

13. Tem prêmios literários?

Não.

14. Com a sua experiência que conselho daria a alguém que começasse a escrever nos dias atuais?

Utilizar acima de tudo sua capacidade crítica no bom manejo da língua pátria, revisando-a sempre ao expressar sua emoção.

15. O que acha imprescindível para um autor escrever bem?

O exato manejo da exigência citada acima.

16. O escritor só se considera um escritor de verdade quando publica um livro. Por que a internet não traz esse sentimento de realização para o escritor?

Por mero convencionalismo social na sua plena e concreta realização no mundo das letras.

17. Para concluir nossa entrevista envie um texto em prosa ou em verso de sua autoria.

Quero passar pelo mundo como um timoneiro audaz
Vivenciando a todo instante a emoção proporcionada
Pelo teu colo suave, corpo andaluz, cheio de graça e sedução,
E depois de tudo que a emoção trouxer, dizer bem junto de ti:
COMO É BOM TE AMAR!