ATO DE VANDALISMO CONTRA A MEMÓRIA DE JORGE AMADO



Ato de vandalismo contra a memória de Jorge Amado



A estátua do escritor Jorge Amado, colocada na entrada do bairro de Ferradas, em Itabuna, para homenagear o centenário do escritor, foi atingida com vários tiros de revólver, além de ser alvejada com pedradas. O ato de vandalismo danificou a estátua, obra do escultor Lavrud Durval,  feita em resina bronzinada e com cerca de dois metros de altura.
Os tiros atingiram várias partes da estátua do escritor, nascido em agosto de 1912  em Ferradas, então distrito e hoje bairro de Itabuna. Moradores alegam ter ouvido os tiros, mas não tem qualquer suspeita sobre os autores do ato de vandalismo, já que a estátua fica às margens da rodovia BR 415, a cerca de 500 metros da área urbana do bairro.
Embora nascido em Ferradas/Itabuna, Jorge Amado é mais venerado em Ilhéus, onde passou parte da infância e, na juventude,  escreveu seu primeiro romance, “O País do Carnaval”.A relação dos moradores de Ferradas com Jorge Amado sempre foi de indiferença. Moradores mais antigos lembram que no romance ´Terras do Sem Fim´ e na autobiografia ´Navegação de Cabotagem´, o escritor se referiu a Ferradas como “o cú do mundo”.
Lavrud Durval considerou o ato de vandalismo como “uma vergonha para a cidade” e disse que pretende reconstruir a estátua, desde que a prefeitura garanta a segurança no local. “Não adianta refazer o trabalho e depois destruírem de novo”, afirma o escultor.

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COMENTÁRIOS:

É lamentável sob todos os aspectos. A iniciativa da estátua de Jorge Amado para homenagear o grande escritor, filho mais ilustre de Itabuna, nascido em Ferradas,  foi válida, embora tardia, mas antes tarde do que nunca. Ressalte-se que esse tipo de reconhecimento implica necessariamente, no caso, em uma educação cultural da comunidade e uma vigilância constante.  Caso contrário, não fica isenta de agressões dos vândalos,  aqui como em outros lugares civilizados.
(Cyro de Mattos - ALB, ALI e ALITA)

Isso demonstra uma profunda crise de valores como a certeza da impunidade e da descrença nos princípios morais básicos, como o respeito e a solidariedade. Há uma falta de respeito generalizada e os limites estão mais fragilizados que antes.  Precisamos de limites e punições à altura para crimes dessa natureza!
(Ceres Marylise Rebouças - ALITA)



Escritores – e artistas, de modo geral – não estão imunes a cóleras injustas. Jorge Amado expôs em seus romances excessos de abastança e poder arrogante dos chamados coroneis do cacau. Nada mais fez do que transpor a realidade que sentiu, viu e ouviu, mas os descendentes daqueles senhores ignoram os transportes da arte literária. Esta é a explicação que tenho para tão lamentável atentado à memória do autor de “Terras do Sem Fim”.
(Hélio Pólvora - ALB, ALI E ALITA )



O que ocorreu com a estátua de Jorge Amado é um sinal claro da falta de educação, para não dizer o mínimo, de pessoas que  não têm a mínima noção do que é memória, cultura. É um sinal claro dos tempos que vivemos: desrespeito, alienação, cultura do desamor, do egoísmo, da falta de patriotismo.
(Lurdes Bertol Rocha - ALITA)


Jorge Amado é uma figura histórica, um símbolo da inteligência e da criatividade do povo baiano e brasileiro. Sua memória é indelével, e o respeito e a admiração dos brasileiros são inatingíveis. Esses vândalos depredadores existem em todo lugar do mundo. São pessoas desprovidas de autoestima e que aliviam seu sofrimento existencial ao destruir monumentos, para atingir a coletividade. Eles precisam de punição e, sobretudo, de tratamento psicológico e educação doméstica. Geralmente ficam impunes, pois costumam agir sorrateiramente, às escondidas, e gozam depois, de maneira anódina, o efeito deletério de suas más ações. Portanto, a fim de proteger esse monumento tão importante, é bom pensar em relocá-lo, alojando-o num logradouro mais próximo ao convívio cotidiano das pessoas. Além disso, é preciso alertar a comunidade, nas escolas, nas igrejas, nos espaços públicos e nos encontros sociais, levando todos a sentir a importância deste símbolo para a sociedade. Se ao menos uma parte da população entender o seu valor simbólico e afetivo, o monumento será amado e protegido pela maioria, pois fará parte do imaginário coletivo. Viva Jorge Amado. Viva a cultura grapiúna.
(Aleilton Fonseca, escritor, professor da UEFS, membro da ALB e ALITA) 


ATOS DE VANDALISMO É CRIME, ENTRETANTO NÃO ESTÁ PREVISTO NO CÓDIGO PENAL. NO CASO EM TESE SERÁ APLICADO O CRIME DE DANO, ART. 163, QUE ESTÁ PREVISTO NA LEI PENAL E NA LEI CIVIL NO QUE CONCERNE À RESPONSABILIDADE CIVIL DOS CIDADÃOS.
O CP PREVÊ  PENA DE MULTA, PENA RESTRITIVA DE DIREITOS (QUE SÃO PENAS ALTERNATIVAS), E PRIVATIVA DE LIBERDADE, A SER APLICADA PELO JUIZ, MENSURANDO SE O DANO FOI SIMPLES OU QUALIFICADO. ALÉM DAS PENAS REFERIDAS,TEMOS QUE ANALISAR AS SITUAÇÕES PERIFÉRICAS (CO-AUTORIAS), QUE AGRAVAM A DOSIMETRIA DAS PENAS. TEMOS AINDA A APLICAÇÃO DA RESPONSABILIDADE CIVIL, CITADA, REPARAÇÃO EM PECÚNIA (DINHEIRO).
ESSA AÇÃO CRIMINOSA DEVE SER REPUDIADA PELA NAÇÃO GRAPIÚNA PORQUE ATINGIU O PATRIMÔNIO ALHEIO (PÚBLICO) E MORAL, A IMAGEM E AO BOM NOME DO ESCRITOR JORGE AMADO, ATINGINDO A SUA PERSONALIDADE DE IMORTAL, MEMBRO DA ACADEMIA BRASILEIRA DE LETRAS E AO SEU GRANDE RENOME UNIVERSAL.
NO DEVER JURÍDICO É OBRIGAÇÃO INDENIZAR, ATRELADO À CONDUTA HUMANA INSIDIOSA. ATOS COMISSIVOS (VONTADE DE DESTRUIR) O PATRIMÔNIO CONJUNTO DE BENS MATERIAIS E MORAIS, CULPA GRAVE. A  PENA DE DANO SIMPLES VAI DE 6 (SEIS) MESES A 1(UM) ANO. QUALIFICADO DE 6 (SEIS) A 3(TRÊS) ANOS.
O MUNICIPIO TEM OBRIGAÇÃO IN VIGILANDO NOS SEUS BENS PÚBLICOS, INDEPENDENTE DE ESTAREM LOCALIZADOS NO CENTRO DA CIDADE  OU NAS ENTRADAS DE SUAS DIVISAS.

(SIONE PORTO)
PÓS-GRADUADA EM DIREITO PENAL E PROCESSUAL PENAL.
DELEGADA DE POLÍCIA, CLASSE ESPECIAL.
MEMBRO DA ACADEMIA DE LETRAS DE ITABUNA - ALITA



Os disparos perpetrados contra a estátua de Jorge Amado simbolizam, a princípio, um tiro na cultura regional e universal, pois Jorge, através de sua extensa e profícua obra se transformou num cidadão do mundo e é sem dúvida alguma o escritor brasileiro mais lido em todo o mundo. A Academia de Letras de Itabuna, em nome de todos os seus membros, repudia veementemente ato de tal jaez e encaminhará aos órgãos competentes, ofício no sentido de apurar com todo rigor os fatos, sem prejuízo de solicitar das autoridades que adotem as medidas cabíveis, para que sejam preservados não somente  a integridade da referida estátua, como também todo o patrimônio histórico, artístico e cultural  depositado em nosso território. Ademais, como afirmei acima, embora tal ato de vandalismo, a priori,  seja indicativo de algum sinal de protesto por aqueles que conhecem a história de Jorge Amado e que por determinada razão não simpatizam com o escritor. Creio que o ato criminoso foi fruto da ignorância de pessoas incultas desprovidas de inteligência, educação e cultura, típica do primarismo e barbárie da "cultura big brother da rede globo de televisão", pois as pessoas inteligentes, cultas e educadas que conhecem a história de Jorge Amado, mesmo que discordassem da homenagem  feita ao escritor, mesmo que com ele não simpatizassem, agiriam de forma diferente e civilizada, como fazem todos aqueles que vivem numa sociedade plural e num Estado Democrático de Direito.
(Marcos Bandeira - ALITA)






Os vândalos e a genialidade do super-homem JORGE AMADO

A ação de vandalismo para com a memória de Jorge Amado no município de Itabuna dispensa comentários, porque sua genialidade  além de conduzi-lo à imortalidade, o inseriu na restritíssima lista daqueles que se colocaram na condição de super-homem. Ter coragem de falar sobre esse tema é demasiadamente desafiador e por isso mesmo revela-se fascinante. Não se trata de compreender Jorge Amado como escritor já que isto cabe aos críticos literários. Estou falando é da relação de Jorge Amado e seu berço, Ferradas, Itabuna, Ilhéus, Itajuípe, Bahia, Brasil estendendo-se ao mundo, e sim, da relação da criança, do adolescente, do jovem e do idoso, revelando a trilha sangrenta da lavoura cacaueira, o “El-Dorado” Sul da Bahia, do romancista que transformou fatos verídicos em ficção literária, estendendo-os ao cinema e às telenovelas, possibilitando que os personagens fossem facilmente identificados com personagens da vida real, perpetuando a região cacaueira no tempo. Falo do cidadão irreverente que teve a morte como companheira de infância, que não medrou em seu espírito qualquer espécie de preconceito, que discursava em comício convocando a união de todos os brasileiros na luta pela democracia e por isso foi preso, que residia em subúrbio e eleito deputado federal teve mandato cassado pelo cancelamento do Registro do Partido Comunista, dentre outros. Para que isto tenha sido possível, Jorge Amado se colocou além do bem e do mal, apesar da pressão universal a que sua subjetividade esteve e está inserida. Sua memória e imortalidade estão muito além e acima de todo e qualquer ato abjeto de vandalismo.
(Gustavo Fernando Veloso Menezes - ALITA)









O MENINO E O TRIO ELÉTRICO
História Infantil de Cyro de Mattos que acontece durante o carnaval da Bahia é publicada na Itália







       O livro “O Menino e o Trio Elétrico”, do escritor baiano  Cyro de Mattos acaba de ser publicado na Itália, pela Editora Romar, de Milão, com ilustrações da brasileira Petra Elster e tradução da poetisa italiana Mirela Abriani. O livro foi publicado no Brasil pela Editora Saraiva, coleção Mindinho e Seu Vizinho,  e já se encontra disponível em forma digital (eBook). “O Menino e o Trio Elétrico” conquistou em 2008 o Prêmio Maria Alice de Lucas, da União Brasileira de Escritores, Seção do Rio do Janeiro.
A narrativa infantil “O Menino e o Trio Elétrico” conta a história de Chapinha, um menino negro, de oito anos de idade,  que vende amendoim torrado nos ônibus de Salvador para ajudar no sustento a mãe e a  avó, que moram numa casa pobre perto do Dique do Tororó e vivem com dificuldades. Ele  sonha em brincar um dia o carnaval em um desses blocos de arromba que saem atrás do trio elétrico, com seus astros famosos, mas não consegue porque não tem dinheiro para comprar seu abadá. 
Essa história do autor baiano trata pela primeira vez na literatura infantil brasileira do tema que  aborda o carnaval baiano com seus famosos trios elétricos, que virou  hoje coisa para turista e rico, e dos que não podem participar da festa.   Para um menino pobre como Chapinha, o seu sonho  é algo quase impossível de se realizar, porque um abadá a vestimenta que identifica um bloco, chega a custar  muito dinheiro. Na história de Chapinha e o trio elétrico cabem todos os cheiros de Salvador, com suas ladeiras e becos, santos e orixás, alegria de seu povo no agito de uma festa que faz a cidade trepidar por todos os cantos.
È o próprio autor que conta como foi motivado para escrever a história:
“Certa vez eu estava dando um passeio pela orla de Salvador quando vi um menino negro entrar no ônibus para vender amendoim torrado aos passageiros. A festa do carnaval ia acontecer  dali a uma semana. Ia mexer, como sempre, na “alma” da cidade de todos os santos  e orixás, transformando-a numa onda de alegria, feita de ritmos e cores vibrantes, com os foliões pulando, cantando, abraçando e beijando... na maior felicidade..
“Ao retornar ao hotel à noite, imaginei como seria a vida daquele menino durante o carnaval, vendendo amendoim enquanto a cidade se divertia. Foi assim que começou a nascer esta história dentro de mim. Não vou contar se a história de Chapinha termina com a vitória da tristeza e a derrota da alegria. Bem, isso eu  deixo para você ler e sentir comigo todos os lances marcantes do primeiro livro que escrevi para meninos de todas as idades, ambientado na cidade de Salvador, Bahia, com seus dias embalados na folia.”








PERSONALIDADES E POLÍTICOS LAMENTAM A MORTE DO PROFESSOR E HISTORIADOR UBIRATAN DE CASTRO




Por meio de redes sociais e notas oficiais, políticos e personalidades populares manifestaram seus sentimentos acerca da morte de Ubiratan Castro, historiador, professor da UFBA, membro da Academia de Letras da Bahia e diretor da Fundação Pedro Calmon/SecultBa. Ubiratan morreu aos 64 anos, na manhã de 03 de janeiro, em decorrência de uma infecção que se agravou nos últimos dias. Ele era renal crônico e estava internado há cerca de dois meses no Hospital Espanhol, em Salvador.

Jaques Wagner (governador da Bahia): “Salvador e toda a Bahia perdem uma figura de grande importância para a cultura nacional. Ele nos deixa um legado inestimável de trabalho, dedicação e valorização da cultura baiana, tendo sido, também, um dos fundadores do Centro de Estudos Afro Orientais (CEAO), ligado à Universidade Federal da Bahia”.

ACM Neto (prefeito de Salvador): “Profundo conhecedor da história da Bahia e do Brasil, Ubiratan Castro foi um intelectual e pensador que contribuiu para a formação de muitas gerações de estudantes. Suas pesquisas, artigos e livros sobre os afro-descendentes são uma referência para compreendermos os acontecimentos históricos que marcaram o Brasil e a Bahia.”

Mário Kertz (radialista): “Com pesar, lamento o falecimento do professor Ubiratan Castro, o grande professor Bira, que por tantas vezes esteve conosco aqui na Rádio. Mando meu abraço carinhoso para os familiares e amigos.”

Nelson Pelegrino (ex-deputado federal – PT/BA): “Quero manifestar minha profunda tristeza pelo falecimento do professor Ubiratan Castro. Perco um amigo, a Bahia perde um grande historiador”.

Arisia Barros (professora e militante de Alagoas): “Conheci Ubiratan Castro nos muitos encontros realizados em Brasília. Historiador e ativista dedicado a causa da promoção da igualdade racial, Ubiratan Castro deixa como legado uma contribuição imensurável para a história da Bahia e da negritude no Brasil. Hoje recebo a notícia que Ubiratan Castro que pesquisou, viveu e escreveu capítulos importantes sobre a história negra brasileira fez sua passagem para o Orun. Que a espiritualidade o acolha. Vá em paz, companheiro e obrigada por tudo.”

Projeto Fala Escritor: “Com a morte do Professor Ubiratan Castro a Bahia perde um pouco da sua baianidade e deixa de pensar mais um pouquinho. A cultura e principalmente a literatura perdem uma das suas referências que principalmente à frente da Fundação Pedro Calmon, lutou sempre por uma literatura de qualidade e acessível a todos.”

Luiz Mott (antropólogo e historiador, fundador do Grupo Gay da Bahia): “Morre o professor e historiador baiano Ubiratan Castro. Grande perda, inteligente, amigo. Bira Gordo, saudades!”

Lídice da Mata (senadora): “Acabei de receber a notícia da morte do professor e historiador Ubiratan Castro. A cultura da Bahia fica mais pobre hoje.”

Uziel Bueno (apresentador): “Grande homem o professor Ubiratan Castro... enciclopédia baiana, defensor de nossas raízes... a Bahia esta de luto!”

Pablo Reis (jornalista): “A morte de Ubiratan Castro deixa lacuna na Academia. Não apenas de inteligência, mas de serenidade, bom senso e gentileza.”

Eloi Ferreira de Araujo (presidente da Fundação Cultural Palmares / Ministério da Cultura): “Ele fez muito pela Palmares e deixou um legado para a instituição e para o país. Temos muito a agradecer”.


 
BREVE BIOGRAFIA


Nascido em Salvador, em 22 de dezembro de 1948, Professor Doutor Ubiratan Castro de Araújo exercia, desde 2007, o cargo de diretor-geral da Fundação Pedro Calmon, unidade da Secretaria de Cultura do Governo da Bahia. Doutor em História pela Université Paris IV-Sorbonne, Mestre em História pela Université Paris X-Nanterre, Licenciado em história pela Universidade Católica do Salvador e Bacharel em Direito pela Universidade Federal da Bahia. Era membro da Academia de Letras da Bahia, onde ocupava a cadeira 33, cujo patrono é o poeta abolicionista Castro Alves. Professor da Faculdade de Filosofia e Ciências Humanas da Ufba,
Ubiratan Castro sempre combateu todos os tipos de desigualdades. Foi diretor do Centro de Estudos Afro-Orientais da Ufba (CEAO), presidente do Conselho para o Desenvolvimento das Comunidades Negras de Salvador (CDCN) e Irmão Professo da Venerada Ordem do Rosário de Nossa Senhora dos Homens Pretos a Portas do Carmo, localizada na Igreja do Rosário dos Pretos no Largo do Pelourinho.
No primeiro mandato do presidente Luís Inácio Lula da Silva (entre 2003 e 2006), Ubiratan Castro de Araújo trabalhou com o ministro da Cultura, Gilberto Gil, presidindo a Fundação Cultural Palmares. Desde 2007, integra o Governo Jaques Wagner, sendo diretor-geral da Fundação Pedro Calmon, unidade da Secretaria Estadual de Cultura. Entre os prêmios e títulos que recebeu, destacam-se: a Medalha do Bicentenário da Restauração Portuguesa da Academia Portuguesa de História, o Troféu Clementina de Jesus da União dos Negros pela Igualdade (Unegro), a Medalha Zumbi dos Palmares da Câmara Municipal de Salvador e, a mais recente, a Comenda da Ordem Rio Branco, condecoração oferecida pelo Ministério das Relações Exteriores do Brasil. Autor dos livros: A Guerra da Bahia, Salvador Era Assim – Memórias da Cidade, Sete Histórias de Negro, o primeiro trabalho ficcional do autor e Histórias de Negro.




Ubiratan Castro participou, em 19 de junho do ano passado, da reunião do Grupo Intersetorial para Quilombos (GIQ), coordenado pela Sepromi, e proferiu a palestra: “Quilombos – História de Luta e resistência”. Na sua exposição, comentou que “a comunidade remanescente de quilombo, além de ser negra e resistente, é um território de memória, que culturalmente, através da sobrevivência e remanescência, alimenta o espírito de luta do povo negro”.
Outro ponto destacado pelo professor Castro foi que o quilombo é uma sobrevivência prática, política, visual e tangível do povo negro que passou pela escravidão. Segundo ele não se pode enxergar as comunidades quilombolas só pelo ponto vista cultural, sem esquecer das questões agrárias, pois a sociedade brasileira foi constituída pelo trabalho escravo e rural.
Ubiratan Castro deixou a viúva Maria da Glória, dois filhos (Felipe e Bárbara) e dois netos.

Fonte: Ascom FPC e Ascom Sepromi





























A importância das pequenas coisas


   "Gastamos sem critérios, dirigimos rápido demais, ficamos acordados até muito mais tarde no computador, acordamos muito cansados, lemos muito pouco, assistimos TV demais e raramente estamos com Deus. Multiplicamos nossos bens, mas reduzimos nossos valores. Falamos demais, amamos raramente, odiamos frequentemente. Aprendemos a sobreviver, mas não a viver, adicionamos anos à vida e não, a vida aos nossos anos. Fomos e voltamos à Lua, mas temos dificuldade em cruzar a rua e encontrar um novo vizinho. Conquistamos o espaço, mas não o nosso próprio. Fizemos muitas coisas maiores, mas pouquíssimas melhores. Limpamos o ar, mas poluímos a alma, dominamos o átomo, mas não nosso preconceito, escrevemos mais, mas aprendemos menos, planejamos mais, mas realizamos menos. Aprendemos a nos apressar e não, a esperar. Construímos mais computadores para armazenar mais informação, produzir mais cópias do que nunca, mas nos comunicamos menos. Estamos na era do ‘fast-food’ e da digestão lenta, do homem grande de caráter pequeno, dos lucros acentuados e relações vazias.   
Essa é a era de dois empregos, vários divórcios, casas chiques e lares despedaçados. Essa é a era das viagens rápidas, fraldas e moral descartáveis, das rapidinhas, dos cérebros ocos e das pílulas "mágicas". Um momento de muita coisa na vitrine e muito pouco na despensa. Uma era que lhe permite dividir essa reflexão ou simplesmente clicar "delete". Lembre-se de passar tempo com as pessoas que ama, pois elas não estarão por aqui para sempre. Lembre-se dar um abraço carinhoso no amigo, pois não lhe custa um centavo sequer. Lembre-se de dizer "eu te amo" à sua companheira (o) e às pessoas que ama, mas, em primeiro lugar, ame… ame muito. Um beijo e um abraço curam a dor, quando vêm de dentro. Por isso, valorize sua família e as pessoas que estão ao seu lado, sempre.”  (George Carlin)

    Achei este texto simplesmente perfeito. Vocês devem estar pensando “Ah, mas o que isso tem a ver com entender os homens?” Posso garantir que sim, que isso tem muito a ver com homens e mulheres. Entender que o ser humano é bobo e que só se importa com coisas supérfluas é o primeiro passo para darmos mais valor a nós mesmos, às pessoas que estão à nossa volta. 
Se este  texto for traduzido para um relacionamento ou paixão,é exatamente igual: você tem que valorizar quem está ao seu lado, quem está com você todos os dias, quem aguenta as suas/nossas chatices, quem lhe escuta e principalmente quem lhe ajuda e lhe respeita.
Todos nós  pensamos que somos sempre os “donos da verdade”, outros acham a “grama” do vizinho sempre mais verde, outros se acham "superiores" e pensam que são sempre os mais inteligentes, outros não valorizam o que têm e estão sempre a reclamar, outros falam mais do que deveriam, pensam mais do que deveriam, se preocupam mais do que deveriam e assim por diante…
Então repense antes de intitular a sua vida como “ruim”, e lembre-se que se   sua vida é ruim é porque você a faz assim.  (Frederico Elboni)








 


DILMA ADIA PARA 2016 A IMPLANTAÇÃO DEFINITIVA DO  NOVO  ACORDO ORTOGRÁFICO









 O governo brasileiro adiou por mais três anos o início da obrigatoriedade do uso do Acordo Ortográfico da Língua Portuguesa. As novas regras, que passariam a valer daqui a quatro dias, só poderão ser cobradas a partir de 1.º de janeiro de 2016. Até lá coexistirão a norma ortográfica atualmente em vigor e a nova norma estabelecida por meio do acordo. O novo prazo consta de decreto presidencial publicado nesta sexta-feira, 28, no Diário Oficial da União.
          A partir da adoção definitiva pelo Brasil das normas estabelecidas pelo acordo, os concursos públicos e as provas escolares deverão cobrar o uso correto da nova ortografia. Documentos e publicações deverão também circular perfeitamente adaptados às novas regras. A adequação dos livros didáticos começou em 2009, quando o acordo entrou em vigor e começou o período de transição.
         No início do mês, o senador Cyro Miranda (PSDB-GO) já havia antecipado que o governo federal adiaria a entrada em vigor do acordo. Na ocasião o senador, membro da Comissão de Educação, Cultura e Esporte do Senado, disse acreditar que o ideal seria elaborar um outro acordo, com maior participação da sociedade, e que só passasse a valer a partir de 2018.
         Angola, Brasil, Cabo Verde, Guiné-Bissau, Moçambique, Portugal e São Tomé e Príncipe, membros da Comunidade de Países de Língua Portuguesa (CPLP), assinaram o acordo ortográfico em 1990. Na época, o Timor-Leste, que hoje faz parte da CPLP, ainda não era uma nação independente - o país só aderiu ao acordo em 2004.
        Cada país deve ratificar o documento assinado e definir os prazos para a entrada em vigor do novo acordo. Em Portugal, a reforma foi ratificada e promulgada em 2008 e as novas regras entraram em vigor em maio de 2009, com a previsão de se tornarem obrigatórias em seis anos a partir dessa data. No Brasil, o acordo foi ratificado em setembro de 2008 e as novas regras já estão em uso, embora em caráter não obrigatório, desde 1.º de janeiro de 2009.
       O acordo também já foi ratificado por Cabo Verde (2006), São Tomé e Príncipe (2006), Guiné-Bissau (2009) e Timor Leste (2009). Moçambique e Angola ainda não ratificaram o documento.
A reforma ortográfica altera a grafia de cerca de 0,5% das palavras em português. Até a data da obrigatoriedade, tanto a nova norma como a atual poderão ser usadas.

Editoria de Arte/Folhapress
O adiamento de três anos abre brechas para que novas mudanças sejam propostas. Isso significa que, embora jornais, livros didáticos e documentos oficiais já tenham adotado o novo acordo, novas alterações podem ser implementadas ou até mesmo suspensas.

DIPLOMACIA

A decisão é encarada como um movimento diplomático, uma vez que o governo, diz o Itamaraty, quer sincronizar as mudanças com Portugal.
O país europeu concordou oficialmente com a reforma ortográfica, mas ainda resiste em adotá-la. Assim como o Brasil, Portugal ratificou em 2008 o acordo, mas definiu um período de transição maior.
Não há sanções para quem desrespeitar a regra, que é, na prática, apenas uma tentativa de uniformizar a grafia no Brasil, Portugal, nos países da África e no Timor-Leste.
A intenção era facilitar o intercâmbio de obras escritas no idioma entre esses oito países, além de fortalecer o peso do idioma em organismos internacionais.
"É muito difícil querer que o português seja língua oficial nas Nações Unidas se vão perguntar: Qual é o português que vocês querem?", afirma o embaixador Pedro Motta, representante brasileiro na CPLP (Comunidade dos Países de Língua Portuguesa).


Editorial de arte/Folhapress

Fonte: Jornal O ESTADÃO


                              
                



DONA CANÔ

A FAMÍLIA ALITANA ABRAÇA A FAMÍLIA ENLUTADA
DESSA GRANDE MULHER NORDESTINA


Marcos Bandeira, presidente da ALITA e D. Canô / 2012



À MULHER, DONA CANÔ
Ceres Marylise


Porque foste mais

que a beleza,

muito mais

que um corpo.

Porque foste mais

que um ventre

para os filhos

e muito mais

que a ilusão

de um homem.

Porque tuas mãos

foram calma,

bênção e sensatez.

Porque havia paz

nas tuas palavras

quando rompias

com tua essência

o estigma da maldade.

Porque nobre

e imensurável,

amamentaste

com a força

dos teus seios,

do teu exemplo

e de tua luz,

a história baiana.


***

 Homenagem feita no Dia da Mulher, 08 de março de 2012, a Dona Canô - adaptada para o pretérito