SALVE, FRANCISCO! - Sônia Maron

                                       



SALVE FRANCISCO!
                                                                     *Sônia Maron
            Ao ser proclamada a escolha do novo Papa, o cardeal-arcebispo de Buenos Aires, Jorge Mário Bergoglio, o escolhido, dirigindo-se ao povo no histórico balcão central da praça de São Pedro, pronunciou uma frase que conquistou o mundo: “Rezem por mim!” Como se não bastasse, foi anunciado o nome do novo Pontífice, o primeiro a lembrar o “Poverello”, como o povo italiano denomina São Francisco de Assis de forma carinhosa.
           Devo confessar, que apesar de batizada segundo o rito da igreja católica apostólica romana, com todo o respeito àqueles que fazem da fé o estandarte e armadura mais eficaz contra todas as mazelas deste mundo e do outro, eu não consigo imitá-los. Poderiam até dizer de mim, para atribuir um rótulo, que sou agnóstica. E errariam redondamente. Não sou agnóstica porque minha fé é pela metade. Será isso possível? Pois é. Às vezes tenho fé, às vezes duvido. Oscilo entre o “creio em Deus Pai todo poderoso” e “cogito ergo sum”. A propósito, o novo Pontífice, quando pastor da Argentina, definiu o ateu como sendo aquele que não acredita em Deus e o agnóstico como aquele que duvida, estendendo sua compreensão às duas facções sob a alegação de que, sendo o homem a imagem de Deus, todos possuem virtudes, qualidades, grandezas, acrescentando que baixezas também ele possui  e devem ser compartilhadas para que sejam superadas (revista Veja, 20.03.2013, p.70). É natural que a minha metade agnóstica tenha ficado abalada... Acho, em minha santa ignorância, que o Sumo Pontífice, o herdeiro do trono de Pedro, não foi apresentado ao mundo: conquistou o mundo à primeira vista.
            Em verdade, é bom que se diga, apesar da minha fé claudicante, meu super heroi sempre foi o Filho de Deus, a figura mais emblemática que conheço, responsável pelo desafio àqueles que estivessem sem pecado para que atirassem a primeira pedra, quando buscava fazer triunfar o ideal da Justiça na luta contra a lei da barbárie, criada e cumprida para agradar aos poderosos de plantão. Jesus, o filho de Deus, em última análise, foi o maior dos hermeneutas, modelo a ser seguido por todos os operadores do direito quando aplicadores da lei em todos os séculos e em todos os milênios.
            Posto isso, peço humildemente permissão a S.S. o Papa Francisco, para dirigir-lhe uma mensagem, usando seu nome de batismo, primeiro sacramento do cristão, especificamente o primeiro do seu prenome composto - Jorge, a cara do Brasil - usando o tema de uma novela que vai ao ar pela TV Globo, às vinte e uma horas, em nosso país:

                      “Jorge, nosso povo brasileiro
                     Tem alma de guerreiro
                     Não cansa de lutar
                     Enfrentando um dragão por dia
                     Na sua companhia
                     A gente chega lá!"

 *Sônia Maron é membro da ALITA