1º DE MAIO - DIA DO TRABALHO // PRIMÓRDIOS DO TRABALHO ESCRAVO NO BRASIL





Trabalho é toda transformação que o homem faz na natureza como forma de promover o seu sustento, tendo como elementos principais o objeto, a força de trabalho e as condições ou meios apresentados. A divisão do trabalho varia de acordo com a capacidade dos trabalhadores em exercê-las, desde as mais simples até as que necessitam de maiores conhecimentos ou produções de especialistas. Ao longo da história, o trabalho apresenta formas de exploração da mão de obra proletária, ou da força intelectual dos sujeitos, prejudicando suas condições emocionais, bem como sua capacidade produtiva.
 
Devido à exploração, os trabalhadores passaram a lutar por condições mais dignas no exercício de sua profissão, como a diminuição da jornada de trabalho, horários de descanso, equipamentos de proteção, períodos de férias, dentre outros, que se constituíram como leis trabalhistas e variam de país para país.
Os primeiros países a reconhecer os direitos dos trabalhadores foram França, Inglaterra e Alemanha, mas no final do século XVIII muitos ainda não haviam implantado essas leis.
 
Em 1º de maio de 1886, houve uma manifestação da classe trabalhadora americana na Haymarket Square, paralisando a produtividade contra a falta de direitos e as condições desumanas de trabalho, diminuição da jornada de trabalho de treze para oito horas, fim do trabalho infantil, etc. A polícia interveio lançando bombas que acabaram por matar quatro manifestantes e três policiais, fato que levou o Congresso Socialista, realizado em Paris, a escolher o dia como uma homenagem aos trabalhadores, a partir de 1889. 

No Canadá e nos Estados Unidos, o dia do trabalho não é comemorado na mesma data, pois o presidente Grover Cleveland acreditava que seria uma forma de incentivar as greves e os movimentos socialistas, como ocorrera. Para eles, o dia do trabalho é comemorado na primeira segunda-feira do mês de maio.
 
No Brasil, a data foi consolidada em 1924 no governo de Artur Bernardes. Os direitos trabalhistas surgiram no governo de Getúlio Vargas. Foram concedidos aos trabalhadores: o registro em carteira de trabalho, a jornada de oito horas diárias, férias, décimo terceiro salário, além de adotar um piso salarial chamado salário mínimo.   Atualmente, inúmeros países adotam o dia 1° de maio como o Dia do Trabalho, sendo considerado feriado em muitos deles.




DIFERENTES FORMAS DE TRABALHO ESCRAVO NO BRASIL


Negros de ganho, negras de tabuleiro e amas de leite: as múltiplas facetas do trabalho escravo no Brasil (séculos XVI – XIX)


Os africanos que vieram escravizados para o Brasil, entre os séculos XVI e XIX, não trabalhavam somente nos engenhos de cana-de-açúcar. Existiam diferentes formas de trabalho escravo no Brasil.
Entre os séculos XVI e XVII, os engenhos de cana-de-açúcar se constituíram como principal atividade econômica no período colonial, contudo muitos escravos trabalhavam (principalmente no Rio de Janeiro, Pernambuco e em outras cidades litorâneas) como estivadores, barqueiros, vendedores, aprendizes, mestres em artesanato e serviços domésticos.
A partir dos séculos XVIII e XIX, com a ascensão da mineração em Minas Gerais e Goiás, milhares de escravos foram trabalhar nas minas e demais atividades (como a agropecuária) que movimentavam a economia nas regiões auríferas. Outras formas de trabalho escravo foram: a criação de gado no nordeste brasileiro; os trabalhos desempenhados no tropeirismo (conhecidos como tropeiros, exerciam atividades comerciais de uma região à outra); e o trabalho de zelar e tratar dos animais carregadores de mercadorias.
Nas cidades, as formas de trabalho escravo variavam bastante. Existiam escravos prestadores de serviço, escravos de ganho, vendedores ambulantes de tabuleiros de verduras, legumes, frutas, peixes, carnes, etc., carpinteiros, barbeiros, sapateiros, alfaiates, ferreiros, marceneiros, entre outros. As mulheres também exerciam o trabalho escravo: geralmente elas trabalhavam como amas de leite, doceiras e vendedoras ambulantes, ou seja, as chamadas “negras de tabuleiro”, vendendo quitutes e doces.







 

ÍNTIMOS CAMINHOS
 
Florisvaldo Mattos
"Não sei para onde vou / - Sei que não vou por aí!"
(José Régio: Cântico negro", in Poemas de Deus e do Diabo, 1925)
 
Não. Nada de penhascos irreais,
Tampouco de florestas invisíveis!
Por aqui tudo fala à sensação;
Ao olhar, ao aroma, à língua, ao tato,
Ao som. Feliz de quem os tem. Ó vós,
Que ditais pelos montes de onde venho,
Por trás de sombras como que vazias?
Enquanto me desfaço de meus fardos
Ancestrais, meu cabedal de fadigas,
Lábios trazem clarões de frescas auras,
Meus pés sibilam sobre sendas rudes,
Mas com promessa de horizontes novos.
Se me pedes que siga o teu caminho,
Descansa. Sei que não vou por aí!
SSA/BA, 1º de maio de 2013