PERSONALIDADES E POLÍTICOS LAMENTAM A MORTE DO PROFESSOR E HISTORIADOR UBIRATAN DE CASTRO




Por meio de redes sociais e notas oficiais, políticos e personalidades populares manifestaram seus sentimentos acerca da morte de Ubiratan Castro, historiador, professor da UFBA, membro da Academia de Letras da Bahia e diretor da Fundação Pedro Calmon/SecultBa. Ubiratan morreu aos 64 anos, na manhã de 03 de janeiro, em decorrência de uma infecção que se agravou nos últimos dias. Ele era renal crônico e estava internado há cerca de dois meses no Hospital Espanhol, em Salvador.

Jaques Wagner (governador da Bahia): “Salvador e toda a Bahia perdem uma figura de grande importância para a cultura nacional. Ele nos deixa um legado inestimável de trabalho, dedicação e valorização da cultura baiana, tendo sido, também, um dos fundadores do Centro de Estudos Afro Orientais (CEAO), ligado à Universidade Federal da Bahia”.

ACM Neto (prefeito de Salvador): “Profundo conhecedor da história da Bahia e do Brasil, Ubiratan Castro foi um intelectual e pensador que contribuiu para a formação de muitas gerações de estudantes. Suas pesquisas, artigos e livros sobre os afro-descendentes são uma referência para compreendermos os acontecimentos históricos que marcaram o Brasil e a Bahia.”

Mário Kertz (radialista): “Com pesar, lamento o falecimento do professor Ubiratan Castro, o grande professor Bira, que por tantas vezes esteve conosco aqui na Rádio. Mando meu abraço carinhoso para os familiares e amigos.”

Nelson Pelegrino (ex-deputado federal – PT/BA): “Quero manifestar minha profunda tristeza pelo falecimento do professor Ubiratan Castro. Perco um amigo, a Bahia perde um grande historiador”.

Arisia Barros (professora e militante de Alagoas): “Conheci Ubiratan Castro nos muitos encontros realizados em Brasília. Historiador e ativista dedicado a causa da promoção da igualdade racial, Ubiratan Castro deixa como legado uma contribuição imensurável para a história da Bahia e da negritude no Brasil. Hoje recebo a notícia que Ubiratan Castro que pesquisou, viveu e escreveu capítulos importantes sobre a história negra brasileira fez sua passagem para o Orun. Que a espiritualidade o acolha. Vá em paz, companheiro e obrigada por tudo.”

Projeto Fala Escritor: “Com a morte do Professor Ubiratan Castro a Bahia perde um pouco da sua baianidade e deixa de pensar mais um pouquinho. A cultura e principalmente a literatura perdem uma das suas referências que principalmente à frente da Fundação Pedro Calmon, lutou sempre por uma literatura de qualidade e acessível a todos.”

Luiz Mott (antropólogo e historiador, fundador do Grupo Gay da Bahia): “Morre o professor e historiador baiano Ubiratan Castro. Grande perda, inteligente, amigo. Bira Gordo, saudades!”
Lídice da Mata (senadora): “Acabei de receber a notícia da morte do professor e historiador Ubiratan Castro. A cultura da Bahia fica mais pobre hoje.”

Uziel Bueno (apresentador): “Grande homem o professor Ubiratan Castro... enciclopédia baiana, defensor de nossas raízes... a Bahia esta de luto!”

Pablo Reis (jornalista): “A morte de Ubiratan Castro deixa lacuna na Academia. Não apenas de inteligência, mas de serenidade, bom senso e gentileza.”

Eloi Ferreira de Araujo (presidente da Fundação Cultural Palmares / Ministério da Cultura): “Ele fez muito pela Palmares e deixou um legado para a instituição e para o país. Temos muito a agradecer”.


 
BREVE BIOGRAFIA


Nascido em Salvador, em 22 de dezembro de 1948, Professor Doutor Ubiratan Castro de Araújo exercia, desde 2007, o cargo de diretor-geral da Fundação Pedro Calmon, unidade da Secretaria de Cultura do Governo da Bahia. Doutor em História pela Université Paris IV-Sorbonne, Mestre em História pela Université Paris X-Nanterre, Licenciado em história pela Universidade Católica do Salvador e Bacharel em Direito pela Universidade Federal da Bahia. Era membro da Academia de Letras da Bahia, onde ocupava a cadeira 33, cujo patrono é o poeta abolicionista Castro Alves. Professor da Faculdade de Filosofia e Ciências Humanas da Ufba,
Ubiratan Castro sempre combateu todos os tipos de desigualdades. Foi diretor do Centro de Estudos Afro-Orientais da Ufba (CEAO), presidente do Conselho para o Desenvolvimento das Comunidades Negras de Salvador (CDCN) e Irmão Professo da Venerada Ordem do Rosário de Nossa Senhora dos Homens Pretos a Portas do Carmo, localizada na Igreja do Rosário dos Pretos no Largo do Pelourinho.
No primeiro mandato do presidente Luís Inácio Lula da Silva (entre 2003 e 2006), Ubiratan Castro de Araújo trabalhou com o ministro da Cultura, Gilberto Gil, presidindo a Fundação Cultural Palmares. Desde 2007, integra o Governo Jaques Wagner, sendo diretor-geral da Fundação Pedro Calmon, unidade da Secretaria Estadual de Cultura. Entre os prêmios e títulos que recebeu, destacam-se: a Medalha do Bicentenário da Restauração Portuguesa da Academia Portuguesa de História, o Troféu Clementina de Jesus da União dos Negros pela Igualdade (Unegro), a Medalha Zumbi dos Palmares da Câmara Municipal de Salvador e, a mais recente, a Comenda da Ordem Rio Branco, condecoração oferecida pelo Ministério das Relações Exteriores do Brasil. Autor dos livros: A Guerra da Bahia, Salvador Era Assim – Memórias da Cidade, Sete Histórias de Negro, o primeiro trabalho ficcional do autor e Histórias de Negro.




Ubiratan Castro participou, em 19 de junho do ano passado, da reunião do Grupo Intersetorial para Quilombos (GIQ), coordenado pela Sepromi, e proferiu a palestra: “Quilombos – História de Luta e resistência”. Na sua exposição, comentou que “a comunidade remanescente de quilombo, além de ser negra e resistente, é um território de memória, que culturalmente, através da sobrevivência e remanescência, alimenta o espírito de luta do povo negro”.
Outro ponto destacado pelo professor Castro foi que o quilombo é uma sobrevivência prática, política, visual e tangível do povo negro que passou pela escravidão. Segundo ele não se pode enxergar as comunidades quilombolas só pelo ponto vista cultural, sem esquecer das questões agrárias, pois a sociedade brasileira foi constituída pelo trabalho escravo e rural.
Ubiratan Castro deixou a viúva Maria da Glória, dois filhos (Felipe e Bárbara) e dois netos.

Fonte: Ascom FPC e Ascom Sepromi