Madrasta, madrasta boa,
madrasta má, amável madrasta!
Mãe de filhos de ti não
gerado, por ti acolhido e amado,
Filho sergipano,
alagoano, pernambucano, mineiro, filho...
Filho branco, preto,
amarelo, filhos de raça, raça humana!...
Filhos bons, filhos
maus, filhos gratos, filhos ingratos, filhos!
Filhos de orixás, de
Iyárobá, de Yoruba, filhos do candomblé,
Filhos ateus, filhos
espíritas, filhos católicos, filhos evangélicos,
Filhos baianos, filhos
adotados, aceitos, filhos queridos, amados!...
Bem-aventurado quem de
ti nasceu, cresceu, viveu e voltou a ti.
Félix a desvirginizou,
Firmino Alves e Henrique esposaram-na...
Buna de Maria, que nas
tuas águas lavou e, ita, pedra preciosa!...
Madrasta, madrasta
doce, madrasta efêmera, mãe, mãe eterna!
Pedaço de terra
querida, princesa, princesinha do Sul da Bahia,
Na pia, nem tabocas,
nem itaúna, mas para sempre, Itabuna!...
Gênero: soneto
(verso livre)
Licença:
Creative Commons
Autor: Rilvan
Batista de Santana