POUSO



Infante, deram-me um pássaro
Que não coube na prisão
Do meu contentamento.
Não sei como partiu,
Partiu-se-me.
Meus olhos o buscam
Em cada viração
Ou sombra adejante.
Mas visita-me o passarinho
Sob forma de saudade
Ou de guardada emoção.
Às vezes, plano em seu vôo
Na levitação de um verso.


Renato Prata* (do livro A QUINTA ESTAÇÃO)