POR UMA MELHOR QUALIDADE DE VIDA- Marcos Bandeira

 

O momento atual é oportuno e instiga à reflexão sobre a qualidade de nosso mundo e do mundo que idealizamos para os nossos filhos, netos, enfim para as futuras gerações. É preciso urgentemente revitalizar nossos rios, ampliar as áreas verdes de nossas cidades, reduzir o stress provocado pela desenfreada poluição sonoro, diminuir os níveis de monóxido de carbono despejados cotidianamente no ar, diminuir o número de veículos circulando diariamente nas médias e grandes cidades. Na verdade, o problema não está distante de nós, ele está presente em nosso dia-a-dia e por isso torna-se imperativo que voltemos o nosso olhar para o nosso município, para o lugar onde moramos, no sentido de reivindicarmos e lutarmos pelo direito constitucional de usufruirmos de um meio ambiente sadio e equilibrado.
            Torna-se imperativo para tal desiderato que não somente reclamemos ou exteriorizemos nossas idéias, mas sobretudo que modifiquemos nossas atitudes e hábitos, primando precipuamente pelo nosso bem estar físico, intelectual, moral e espiritual. Sabe-se que é difícil a mudança de comportamento, principalmente quando a mudança mexe com o seu cotidiano. O ser humano sempre cria uma resistência natural por aquilo que é novo, diferente.
         Em algumas cidades européias, como Amsterdam, Lyon, Berlin, Barcelona e Paris é comum a prática do “ el bicing” , ou seja, é prática habitual pessoas de diferentes áreas e sexos, impecavelmente vestidos e pedalando suas bicicletas para seus locais de trabalho e para suas residências. Nesses lugares, inclusive, há “tour” de bicicletas organizado por agências de viagens com grande procura.
         Se um dia pudermos deixar nossos veículos em casa e dirigirmos para nossos ambientes de trabalho ou para escola de bicicleta já seria certamente um grande avanço em nossa qualidade de vida. Alguns poderão objetar que andar de bicicleta em nossa cidade representa um grande risco à nossa integridade física, em razão da ausência de ciclovias ou espaços adequados e seguros. A assertiva é verdadeira, mas precisamos mudar isso.
         Na Argentina foi aprovado um projeto de lei no início do governo de Cristina Kirchner, que cria o sistema de transporte público de bicicleta, pelo qual serão construídos inúmeros terminais ligados a ciclovias espalhadas por toda Buenos Aires, propiciando que os hermanos portenos possam pedalar suas bikes entre seus domicílios e seus lugares de trabalhos ou qualquer outro ponto, com segurança e com respeito ao meio ambiente, livrando-se dos terríveis congestionamentos. Na verdade até agora já foram construídos 30km de ciclovias em toda Buenos Aires,  e a previsão é que sejam construídos 100 km de ciclovias até o final de 2011. Essa prática não só é ecologicamente correta, acarretando benefícios incomensuráveis a sociedade como todo, com a eliminação da emissão de gases e o descongestionamento do trânsito,  como propiciará a cada praticante um acentuado bem estar físico e mental.
         Precisamos urgentemente pensar sobre essa possibilidade em nossa cidade. Porque Não?  Precisamos reivindicar a construção de ciclovias e espaços adequados para o ciclista. Essa é apenas uma alternativa para melhorar um pouco o nosso meio ambiente. É também preciso ampliar as áreas verdes e de esporte em nossa cidade, principalmente, nos bairros  periféricos da cidade. È imperativo que preservemos nosso rios (é um crime o que se faz com nosso tão combalido Rio Cahoeira) e bacias hidrográficas. Precisamos combater o ruído excessivo que faz muito mal à nossa saúde, limitando ou vedando a circulação dos infernais “carros de Som”. Na verdade, não basta expormos nossas idéias e construirmos uma conscientização sobre a questão ambiental. Isso é importante, mas não é suficiente, pois é necessário transformar a realidade de nossas cidades enquanto é possível, e para isso torna-se imperioso que mudemos de atitude,  enfim que coloquemos em ação nossas idéias, lutando incansavelmente pela existência de uma melhor qualidade de vida em nossa cidade.

Marcos Bandeira