O momento atual é
oportuno e instiga à reflexão sobre a qualidade de nosso mundo e do mundo que
idealizamos para os nossos filhos, netos, enfim para as futuras gerações. É
preciso urgentemente revitalizar nossos rios, ampliar as áreas verdes de nossas
cidades, reduzir o stress provocado pela desenfreada poluição sonoro, diminuir
os níveis de monóxido de carbono despejados cotidianamente no ar, diminuir o
número de veículos circulando diariamente nas médias e grandes cidades. Na
verdade, o problema não está distante de nós, ele está presente em nosso
dia-a-dia e por isso torna-se imperativo que voltemos o nosso olhar para o
nosso município, para o lugar onde moramos, no sentido de reivindicarmos e
lutarmos pelo direito constitucional de usufruirmos de um meio ambiente sadio e
equilibrado.
Torna-se imperativo para tal desiderato que não somente reclamemos ou
exteriorizemos nossas idéias, mas sobretudo que modifiquemos nossas atitudes e
hábitos, primando precipuamente pelo nosso bem estar físico, intelectual, moral
e espiritual. Sabe-se que é difícil a mudança de comportamento, principalmente
quando a mudança mexe com o seu cotidiano. O ser humano sempre cria uma
resistência natural por aquilo que é novo, diferente.
Em
algumas cidades européias, como Amsterdam, Lyon, Berlin, Barcelona e Paris é
comum a prática do “ el bicing” , ou seja, é prática habitual pessoas de
diferentes áreas e sexos, impecavelmente vestidos e pedalando suas bicicletas
para seus locais de trabalho e para suas residências. Nesses lugares,
inclusive, há “tour” de bicicletas organizado por agências de viagens
com grande procura.
Se
um dia pudermos deixar nossos veículos em casa e dirigirmos para nossos
ambientes de trabalho ou para escola de bicicleta já seria certamente um grande
avanço em nossa qualidade de vida. Alguns poderão objetar que andar de
bicicleta em nossa cidade representa um grande risco à nossa integridade
física, em razão da ausência de ciclovias ou espaços adequados e seguros. A
assertiva é verdadeira, mas precisamos mudar isso.
Na
Argentina foi aprovado um projeto de lei no início do governo de Cristina
Kirchner, que cria o sistema de transporte público de bicicleta, pelo qual
serão construídos inúmeros terminais ligados a ciclovias espalhadas por toda
Buenos Aires, propiciando que os hermanos portenos possam pedalar suas bikes
entre seus domicílios e seus lugares de trabalhos ou qualquer outro ponto, com
segurança e com respeito ao meio ambiente, livrando-se dos terríveis
congestionamentos. Na verdade até agora já foram construídos 30km de ciclovias
em toda Buenos Aires, e a previsão é que
sejam construídos 100 km de ciclovias até o final de 2011. Essa prática não só
é ecologicamente correta, acarretando benefícios incomensuráveis a sociedade
como todo, com a eliminação da emissão de gases e o descongestionamento do
trânsito, como propiciará a cada
praticante um acentuado bem estar físico e mental.
Precisamos
urgentemente pensar sobre essa possibilidade em nossa cidade. Porque Não? Precisamos reivindicar a construção de
ciclovias e espaços adequados para o ciclista. Essa é apenas uma alternativa
para melhorar um pouco o nosso meio ambiente. É também preciso ampliar as áreas
verdes e de esporte em nossa cidade, principalmente, nos bairros periféricos da cidade. È imperativo que
preservemos nosso rios (é um crime o que se faz com nosso tão combalido Rio
Cahoeira) e bacias hidrográficas. Precisamos combater o ruído excessivo que faz
muito mal à nossa saúde, limitando ou vedando a circulação dos infernais
“carros de Som”. Na verdade, não basta expormos nossas idéias e construirmos
uma conscientização sobre a questão ambiental. Isso é importante, mas não é
suficiente, pois é necessário transformar a realidade de nossas cidades
enquanto é possível, e para isso torna-se imperioso que mudemos de
atitude, enfim que coloquemos em ação
nossas idéias, lutando incansavelmente pela existência de uma melhor qualidade
de vida em nossa cidade.
Marcos Bandeira